domingo, 5 de fevereiro de 2012

Conversando com Livros

Eu não escolhi ser escritora, eu apenas aprecio uma boa leitura, não tive intenção de escrever. Simplesmente, escrevo. (EU)
(...) Um encontrar-se e um escolher-se, um despedir-se e um reencontrar-se, um embriagar-se de brilho e um cegar-se de luz. (RILKE)
(...) Para escrever (...) meu material básico é a palavra (...) a palavra tem que se parecer com a palavra, instrumento meu. (LISPECTOR)
Perguntaram-me: Por que você escreve? (EU)
(...) É mais fácil fazer perguntas filosóficas do que respondê-las. (GAADER)
(...) Mesmo que seja difícil responder a uma pergunta, isto não significa que ela tenha uma – e só uma – resposta certa. (GAADER)
(...) Não escrevo para mudar a vida, melhorar o mundo, salvar a minha alma. Rabiscado de letras vale mais o papel branco? Toda a minha desculpa de escrever. (TREVISAN)
(...) Antes de tudo porque captei o espirito da língua e assim, às vezes a forma é que faz conteúdo. (LISPECTOR)
(...) “Escrever é uma maneira de viver” Flaubert. (Apud, LLOSA)
E o que é inspiração? Eu não penso nisso, ela aparece, quer estejamos em meio à multidão ou sozinhos. (EU)
(...) Imenso deve ser o silêncio em que há lugar para tais ruídos e movimentos. (RILKE)
(...) Meu sorriso cristalizara a sala em silêncio, e mesmo os ruídos que vinham do parque escorriam pelo lado de fora do silêncio. (LISPECTOR)
Começo escrevendo sobre um assunto e não sei como irei concluí-lo. (EU)
(...) Como uma menina que amarra flores – pensativamente ensaia uma flor, outra flor, e ainda não sabe como será o conjunto. (RILKE)
Eu acredito que quanto mais a leitura faz parte de nossas vidas, melhoramos o jeito de nos comunicarmos, escrevemos melhor, lemos melhor, pensamos mais. Qualquer um pode escrever. (EU)
(...) Tudo está claro, mas não é dia. (RILKE)
Eu tenho receio de não conseguir transmitir o que penso. (EU)
(...) Transportar para a palavra escrita essa vocação que antes se contentava em fantasiar, no território impalpável e secreto da mente. (LLOSA)
Nós – jovens escritores – temos a árdua tarefa de escrever sobre assuntos contemporâneos. Mostrar a realidade, os acontecimentos, para que estes fiquem registrados para a futura geração. Utilizando-se de todas as formas e estruturas de linguagem para tentar transmitir o contexto histórico em que vivemos. (EU)
(...) A fome os devorava. (ZUSAK)
(...) Desviava o dinheiro da merenda escolar para a própria lancheira. (POMPEU, 2004)
(...) Cara, teu velho é um mal informado. Se ele queria evitar que você tomasse realmente drogas, ele te trouxe ao lugar mais errado do mundo, pois aqui dentro (manicômio) nós somos drogados diariamente. (BUENO)
(...) Não conseguia levar a colher à boca, de tão forte que é o efeito do Triperidol – maldita droga! (BUENO)
(...) A música olhava de frente (...) dava vida ao acordeão. O som de seus passos. Os passos trituravam o caminho. (ZUSAK)
(...) Qualquer pessoa pode passar uma camada de verniz pelo exterior. (FRANK)
(...) Escondia-me dentro de mim mesma. (FRANK)
Eu como escritora sei que posso – através do que escrevo – mudar a forma de ver o mundo, falando sobre diversos assuntos, colocando minha opinião e mesmo através de uma simples história fictícia, fazer as pessoas pensarem em si mesmas e na sociedade. (EU)
(...) A ficção é uma mentira que encobre uma verdade profunda. (LLOSA)
(...) Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. (SANT-EXUPERY)
(...) Eu pensei que tudo o que se inventava era mentira. (LISPECTOR)
(...) Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. (SANT-EXUPERY)
Quero fugir das regras, não quero ser rotulada como: a correta; eu quero sair da linha, eu quero ultrapassar barreiras, seguir outros caminhos. (EU)
(...) Quando se anda sempre em frente, não se pode ir muito longe. (SANT-EXUPERY)
(...) Nas minhas corridas eu aprendera a me levantar das quedas mesmo quando mancava (...). Fraca, e embora pisando cuidadosamente na nova e escorregadia segurança. (LISPECTOR)
Eu gosto muito de críticas, conflitos e debates; eu acredito que é assim que podemos nos entender, com a palavra de ordem: respeito, podemos não concordar ou não gostar das mesmas coisas, mas respeitar a opinião e gosto dos outros. (EU)
Por favor, eu quero e preciso de críticas construtivas para que eu possa melhorar, preciso escrever, preciso saber onde estou pisando, é nessa hora que precisamos de um olhar externo, mas não atroz. (EU)
(...) Tentam controlar a literatura aprisionando-a na camisa-de-força da censura. (LLOSA)
(...) Todo homem é uma ilha, é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós. (SARAMAGO)
(...) Descobri também a felicidade interior e a armadura de superficialidade e alegria que usava para me defender. (FRANK)
Eu escrevo; eu tento transmiti meus pensamentos sem utilizar muito a razão, embora ela seja inevitável. (EU)
(...) Ah, se tentássemos entregar-nos a nossos sentimentos cegamente, sem nenhuma reflexão, sem nenhuma causa fundamental, eliminando a consciência ao menos por uma vez. (DOSTOIEVSKI)
Por que tentamos racionalizar os sentimentos? (EU)
(...) Que sabe a razão? A razão só sabe o que aprendeu. (DOSTOIEVSKI)
(...) Os pássaros são avoados como os poetas. (ARISTÓFANES)
Eu estou ciente da minha difícil missão: fazer a molecada gostar de literatura e mostrar que, atualmente, no Brasil há tão bons escritores quanto nos outros países. (EU)
(...) A literatura pouco significa para a maioria e sobrevive à margem da vida em sociedade como uma atividade quase clandestina. (LLOSA)
(...) Fatos são pedras duras, de fatos não há como fugir. (LISPECTOR)
Eu sei que não irei agradar a todos, até porque isso nem me vem em mente, o que quero é escrever. (EU)
(...) Uma tarde me queixo do choque entre o que a sociedade espera de mim e o que eu quero para mim. (ALBOM)
(...) Quando escrevo, liberto-me de tudo; minhas tristezas desaparecem, minha coragem renasce. Mas – e essa é a grande pergunta -, poderei algum dia escrever algo de realmente importante, ser jornalista ou escritora? (FRANK)
Eu espero que as pessoas se identifiquem, pensem e, principalmente, leiam mais. Eu preciso de vocês, leitores. Não quero escrever para as paredes (ou dialogar só com livros). (EU)
(...) “Não tenho bolsos para colocar o que acaba de dizer (...), mas as palavras mergulharam fundo em meu coração. Não serão esquecidas”, Naora dos Apaches. (BROWN)
Obrigada. (EU)
Escrito em: 04 de julho e 09 e 16 de outubro de 2011.
EU. Conversando com Livros. Curitiba: ed. virtual e especial para amigos, 2011.
Referências:
ALBOM, Mitch. A Última Grande Lição. ed: Sextante.
ARISTÓFANES. As Aves. (não anotei os dados quando li)
BROWN, Dee. Enterre Meu Coração na Curva do Rio. ed: L&PM Pocket, 2003.
BUENO, Austregésilo Carrano. Canto dos Malditos. ed. Lemos,1993.
DOSTOIEVSKI, Fiodor Mikhailovitch. Notas do Subterrâneo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
FRANK, Anne. O Diário de Anne Frank. ed. Círculo do Livro, 1974.
GAADER, Jostein. O Mundo de Sofia. ed: Schwarez / Cia das Letras.
LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. ed: Rocco
LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. (não anotei quando li)
LLOSA, Mário Vargas. Cartas a Um Jovem Escritor. (não anotei quando li)
POMPEU, Fernanda. 64. ed: AM 3 Artes, 2004.
RILKE, Reiner Maria. Cartas a Um Jovem Poeta. ed: Globo, 2001.
SANT-EXUPERY, Antonie de. O Pequeno Príncipe. (não anotei quando li)
SARAMAGO, José. O Conto da Ilha Desconhecida. ed: Companhia das Letras.
TREVISAN, Dalton. (não sei se a frase utilizada é de um livro ou é uma frase dele que eu devo ter lido em algum lugar)
ZUSAK, Markus. A Menina que Roubava Livros. (não anotei quando li)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Meu herói, meu bandido

Eu me lembro do dia em que meu pai me ensinou a andar de bicicleta, ele segurou no assento desta; eu estava com medo dizia para que ele não a soltasse, de repente, eu o percebi correndo ao meu lado. Ele disse que não iria soltar a bike e a soltou, então gritei: “vou cair!”, mas ele disse que estava do meu lado e que eu iria conseguir. Com o tempo, eu percebi que ele fez isso para me mostrar que eu era capaz de vencer meus medos.
Quando brincávamos de um esmagar o outro, meu pai sempre me deixava ganhar. Eu, magricela e fraquinha, me sentia muito forte. Com o tempo percebi que ele fingia que estava perdendo. Mas, agora eu sei que ele não estava fingindo, ele queria me mostrar que sou forte para enfrentar grandes desafios.
Pai, eu sei que o senhor não pode estar sempre por perto para “segurar a bike”, mas sei que posso contar contigo, torcendo por mim; sei também que os problemas por mais que queiram nos derrubar, se nós estivermos confiantes teremos forças para conquistar o que almejamos. Pai, nós continuamos aprendendo um com o outro e eu tenho muito orgulho de ser sua filha. Feliz Dia dos Pais

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Rosa, Minha Flor

Sabem aquela expressão: “o que uma mãe não faz por um filho”, eu posso dizer de um caso específico – no caso a minha mãe – Dona Rosa. Desde quando eu era pequena a D. Rosa estava sempre me protegendo, era capaz de entrar na minha frente, caso alguém fosse me machucar – como toda a mãe – ela se machucaria quantas vezes fosse preciso, contanto que não fosse comigo e nem com meus irmãos.
A Dona Rosa vive em função de cuidar de mim e dos meus irmãos – função mãezona mesmo. Aprendo muito com ela e tenho muito que aprender ainda, eu sei que é recíproco, que ela também aprende comigo. Porém, ela nunca precisou de aulas de “como ser mãe” ela simplesmente é e assume muito bem este papel.
Mãe me desculpa quando eu pego no seu pé, uma vez exagerei e a senhora até me chamou de “mamãe”, mas sabe que quero seu bem. E vou continuar vigiando a sua alimentação, a senhora, na sua idade, não pode se descuidar do colesterol, etc.
Mãe, eu tenho muito orgulho da senhora, encho a boca quando falo de ti – muitas vezes literalmente de boca cheia, todos os pratos que a minha mãe prepara ficam deliciosos.
Mãe, eu comecei escrevendo aos leitores, porque a senhora não tem muita habilidade com tecnologia. Pelo menos sabe ligar e desligar o computador (já é um começo), e quando a senhora não conseguiu direcionar o cursor do mouse – haha – desculpa mãe, eu não deveria rir da senhora... Mas foi engraçado (irei fazer uma cópia escrita deste texto de presente para senhora).
Mãe, a senhora sempre fez e faz de tudo para me ver feliz, não tenho palavras para defini-la, afinal a senhora é mãe e esta é uma ótima definição e se encaixa tão bem como um abraço apertado, te amo mamãe.
Mãe, eu te amo muito, desde que me conheço por gente e só palavras não bastam para expressar tudo o que eu sinto por ti. Eu te admiro muito, não só como mãe, mas como mulher também. E é tão bom saber que, em sua barriga, a senhora me amou bem antes que eu tivesse esse conhecimento.
Com carinho, de sua filha que te ama muito.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Diários (não mais secretos) da Assembleia Legislativa Paranaense

Querido diário, eu estou escrevendo porque eu quero dizer que nunca antes na história dos diários vimos tantas pessoas trabalhando em uma profissão tão exótica que é ser: fantasma. Um pouco incomum eu admito, muito embora seja uma profissão muito comum, principalmente no Brasil.
Querido diário, eu estou escrevendo também porque não acredito no que ouvi. Uma menina foi contratada para trabalhar na Assembleia Legislativa Paranaense em 1988, quando tinha apenas 13 anos. Até aí tudo bem – digamos assim – porque é normal, na corrupção, obter vantagens para o benefício próprio, mas nada é tão surpreendente que não possa nos surpreender mais ainda.
Consta que esta menina, atualmente, está de licença médica e as investigações não poderão continuar enquanto ela não “voltar” ao trabalho. Querido diário, eu acredito que está tão indignado quanto eu; nós, população, é que pedimos: dá licença. E ainda encontram uma desculpa, tão mal elaborada.
Eu acho que deveriam contratar um funcionário fantasma só para fazer desculpas mais convincentes. São indiferentes com os problemas sociais, não estão nem aí com a população e os funcionários fantasmas (que constam ou não nos diários) também não estão.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu aprendi (Estrofe 69)

Eu aprendi que por mais
Que estejamos
Preparados para o pior,
Nunca estamos realmente preparados. Jan/2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Vovó Tetê

Homenagem à uma mulher que foi muito valente

A minha avó sempre foi uma guerreira, era a mais velha e única filha mulher, brigava na escola para defender seus irmãos. Lutara para sustentar sua família, cuidou dos sete filhos, praticamente, sozinha. Ela sempre foi muito forte e trabalhadora, nunca se queixava, mas não queria dar trabalho para ninguém.
Eu não lembro daquela senhora fraquinha que eu vi em uma cama de hospital; eu não lembro das várias agulhadas que ela levara no dedo para medir a taxa de glicose – sempre alta. Do hospital eu só me lembro de uma auxiliar de enfermagem que disse para a minha avó: "Sua vida daria um livro, hein, dona Tetê?! "Eu já pensei nisso", pensei eu na hora.
Minha avó passou por várias cirurgias, resistira bravamente; eu não me lembro das idas e voltas para aquele hospital – quarto 204, 214... Mas eu não sei em qual quarto ela deixara a sua vontade de lutar, mesmo assim – contra si mesma – ainda resistiu, não deixou de lutar até o fim.
Agora, eu só me lembro que eu disse que a amava e que eu tinha muito orgulho dela e ela sorriu e seu sorriso eu guardo comigo, lembrá-lo me faz bem. E também eu só me lembro de quando eu era pequena e minha avó contou uma história de quando encontrou uma raposa do mato e de como eu achei ela corajosa; eu me lembro dos almoços de domingo na casa dela, com macarronada e música gaúcha; lembro-me também de quando ela enrolava meus cachos, mecha por mecha e eu me sentia uma princesinha. E são nessas lembranças que eu penso agora, para ser forte, assim como ela sempre foi.